quarta-feira, 10 de abril de 2013

Desculpas a mim mesmo

Porra e tu acha fácil deitar nessa merda de ponto de ônibus com o sol na minha cara? Tu acha que eu sou um atorizinho de merda fazendo monólogo pra peça aí? Sê pensa que eu bebo porque eu não tenho nada pra fazer idiota: eu tenho coisa pra caralho pra fazer nessa bosta de mundo. Eu tenho muito mais coisa pra fazer do que você que se acha importante voltando pra casa num buzão cheio de gente bosta que queria ter um carro com ar-condicionado só pra ligar no talo pra refrigerar a porra da cabeça que ficou queimando depois que o patrão cuspiu palavras no ouvido. Eu tenho muitas desculpas pra pedir. A começar por mim mesmo: me perdoe por ter desistido de tudo o que eu amava.

sábado, 6 de abril de 2013

Queria árvores

Resolveu fazer a sua parte, como diziam os individualistas pombos. Não adianta ficar reclamando do desmatamento, desmantenimento, era preciso replantar sua própria muda, e mudo ficar se outros não fizessem o mesmíssimo, quem somos nós contra a massa (asfáltica e humana)? Pegou algumas mudas, mas ao invés de distribui-las pelos campos, resolveu ir além, tentou resolver escondendo as linhas de alta intensão. Queria árvores, resolveu se enganar com o poste.

quinta-feira, 4 de abril de 2013

De casa e rua

Foi quando decidiu não mais passear entre portas, desparafuzilou a sua: quando não mais podemos nos esconder é que nos despimos. Assim, morou, dormiu e entreviveu, de casa e rua.

terça-feira, 2 de abril de 2013

Insensatifaça-se

Insensatisfaça-se! Enrose arames farpados.

Corrente contínua

Por mais que me cubra de ferrugem, que sicatrizes se multipliquem, continuo corrente contínua.