quinta-feira, 25 de setembro de 2014

Quem sabe a vida não tinha se humilde-sido um rio

Segundo as ciências lógicas, como a astrologia, nascida em Volta Redonda, não poderia ela nunca perfurar o sísifo círculo vicioso do playground, céu-e-chão. Quem sabe, se tivesse se concebido carioca, pelo menos janeiro, a vida não teria se humilde-sido um rio, ou um moinho. Entretanto, nesse caminho não há pedra, discordava do poeta.

sábado, 13 de setembro de 2014

Tunico Caixa-Rápido e a escada

Tunico Caixa-Rápido não conseguiu sair das sina e cinzas de sua desapropriada vida. Sua mãe, meretriz, não de vida fácil, mas professora de meta e diretriz, sempre cumpridora das vontades alheias, queria filho engenhoso e contador de salários muito remuneráveis. Diziam-lhe as más ínguas da escola, o universo, Izilda, é matemágico. Praga de mãe não só pega como apega-se, e Tunico só pode ver o que era algébrico. Atleta matematicolímpico, consideravam-no a encarnação de Cronos, o deus da Antiguidade, e Cronológico, o deus da Pós-Modernidade. Era uma máquina, por isso caixa-rápido. À medida em que foi adulterando, esperava só o raiar do mês para contar-se em meio ao dinheiro. Entretantas crises, foi demitido tanto quanto admitido nesse mercado de trabalho, conhecido popularmente como ciranda-cirandinha. Até que cansou, empreendedor como só, decidido foi buscar sua ascensão social. E nesse alpinismo econômico, foi degrau por degrau até chegar ao topo, sem saber, acoitado, que a escada era cela solitária, desprendida.