quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Involução das espécies

Pensaram que não precisavam mais de janelas, queriam mais ver-se a si próprios. Seus auto-amores chegaram a tal ponto que não sentiam mais nada por outros. Vivendo em cidades sonâmbulas, satisfaziam-se nos seus amores hermafroditas. Multiplicai-vos, era a parte bíblica mais destacada dessa comunidade de uma só pessoa e de tantas cópias. Alguns chegaram a comparar estas espécies de seres humanos com o heterototalismo, provavelmente uma involução pela primeira vez vista em mamíferos com razoável capacidade de racionalismo. The way of life em que tais pessoas estavam inseridas, seu meio ambiente, provavelmente tenha muito a ver com essa regressão da escala evolutiva. Forçadas ao hedonismo desde crianças, jovens cresceram e adultos tornaram-se cada vez felinos a laberem a si próprios, menos pela higiene, mais pelo campo competitivo, onde a afetividade era disputada cada vez com maior furor. Tudo isso, comprovam algumas pesquisas, começou com o coronel norte-americano Paul Tibbets Jr. no dia 6 de agosto de 1945, quando confirmara aos altos escalões do exército aliado de que a arma de maior destruição que o homem já construíra seria carregado no ventre de sua mãe, dona Enola Gay, o nome de sua aeronave. Esse foi o ponto fulcral para o surgimento de seres desumanizados, desafetivos, hedonistas, da involution of the species.

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