sexta-feira, 20 de junho de 2014

Zinho

Sinto o muito. Já não peço permissão de dizer, senão dia qualquer confundem adágio com pedágio. Conto o que me foi contado, aumento as retiessências que de ponto não basta o momento. Neste agora, a realidade já se travestiu de travessura, e pode o rio atravessar-me duas vezes para que seja apenas um só, um só Zinho.
Zinho foi de nome próprio,  mais apropriado que meus pais me deram. De tanta pobreza que fiquei diminutivo, com o pedaço menos pequeno, de tão menor, do pobrezinho que tanto minha mãe escutou quando me anunciava em sua barriga. Barrigrávida, era o único bolsa família que tínhamos. Coisa de assustar mateimaitacos, pai dizia que só multiplicando pobrezinhos é que aumentaríamos algunzinhos.
Termino este conto sem contar o que tinha, nesse caso o que contei mais foi um desconto. Não me perdoem pelo erro, já acostumei como se anticorpos tivesse adquirido também nas terras por onde engatinhei. É do meu feitio, típico dos meus tipos, confundir introdução e conclusão: muitos de mim terminam sem começar, dormem sem acordar, morrem no nascer.

Nenhum comentário: