sábado, 17 de setembro de 2011

Sem alma

Máquinas sem alma. Nem diante de sua vítima são capazes de ter um segundo de consciência daquilo que fazem. Obedientes, não negam ordens de senhores sem chicotes. Seu prazer é servir a qualquer hora, desde que lhes seja dado um pouco de água-ardente. Não se preocupam com o futuro, quando não mais servirem aos senhores de asfalto são simplesmente revendidas ou deixadas ao relento sem nem sub-existência. Que senhor alimenta aquilo que não lhe dá lucro? O tráfico é imenso, substituem-nas com facilidade e provém de grandes reinos de especialidade na sua reprodução. Dizem que os sobas dos seus países de origem são os mais ricos que existem no além-mar. Muitas lendas os trazem como homens tão claros como o leite de vaca, e possuem as mulheres que querem, além dos vários empregados escravos que para eles trabalham. Poucos são os que levantam a bandeira abolicionista, já que a justificativa é convicente: se são selvagens, seu trabalho é para grande obra da civilização de pedra-e-cimento. 

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