quarta-feira, 1 de janeiro de 2014

Vento de chuva

Este ano esqueci dos pedidos. A chuva me cegou, ou talvez melhor dizer, a chuva me chegou. Dos pedaços de papéis que enjaulava minhas promessas de um novo mundo e de mais tudo aquilo que se deixa para pedir para o nascer de um novo fim de ano, evadiu-se toda a tinta, quase sanguínea, manchando quaisquer poças de água pudesse tocar. O papelete, corpo desanguíneo, também foi-se, flutuando por mares nunca dantes navegáveis. Restei-me a olhar os pingos, tristonhos de não poderem mais apagar luz, porque não de chama se faz. Assim foi o fim, o apagar das luzes: fiz-me vento de chuva, valseando entre cimentos e sentimentos.

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