sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Pequenos ditadores

O que me amedronta não são os grandes ditadores. São os pequeninos. Começam puxando e carregando o saco de outros pequenos ditadores. De tanto esticarem, escalam a pequenos cargos onde se mostram muito eficientes. Não me amedronta os ineficientes. Os muito eficientes, esses me fazem mercadejar sonhos por pesadelos. Começam apontando dedos a subordinados e a insubordinados. De tantos dedos em riste, sentem dedos fingirem-se espadas, e postos acima se convencem a desferir golpes napoleônicos alrededor. Não muito tempo se passa para que a larva se metamorfose em vespas, pequenos insetos responsáveis pelo controle biológico: devoram outros insetos, obviamente menores, já que é comum no mundo invertebrado a convardia e o respeito à ordem e à hierarquia. Poucos conseguem chegar ao Senado, Câmaras ou Ministérios. A evolução é rígida com os mais fracos. Pouco a pouco dão lugares a novas espécies de ditadores. E assim sempre teremos grandes ditadores que começaram como pequenas larvas. 

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