domingo, 2 de outubro de 2011

Solitário chão

Era um lugar que ficava para além de todas viagens. Por ali só o vento passeava, aguamente. Naquele solitário chão há muito que o tempo envelhecera, avô de outroras. Testemunhas? Só Deus, se estivesse vago. Não se rasgava o silêncio, de repente se escutava a voz da poeira. O amanhã carecia de comprovação, o passado de véspera. Foi quando Antônio Klemav aportou por aquelas estradas. Trazia consigo uma caixa de fixar o tempo: dizia aos anabitantes que estava a procura de raízes do Brasil, das muitas origens, daquilo que sobrou do início daquele maravilhosíssimo país. Poucos deram os ouvidos, muitos os guardaram. Falava de um novo futuro, mas as despessoas daquele lugar nem haviam sequer pensado no velho. Seria arrebatador, e por isso Klemav estava ali. Não se espantou diante de repetidas negativas, quem entendia aquele bando de zés? Voltou ao altar da uninverocidade, muitos acadêmicos lhe davam importância. Após enroscar tantos nomes e tantos escritos, sentenciou: o campo se terminava, em súbito desmaio. E foi aplaudido, por duas ou três pessoas, seus alunos, claro, ganhariam bolsas, claro, e passariam a vida toda a bater as duas frentes das mãos até que as bolsas terminassem, claro.

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