Chorava enquanto escrevia, dizia que era para salgar palavras, quem sabe com mais tempo sobre-papel, alguém acabaria por ler sua (d)existência, assim por extenso. Decidiu por almar o amor aos poucos, para sobrar nos dias ruins, quase todos, fins de semanas, inúteis para ela e os bancos. Viajar sem companhia, sabia, era como andorinha que se perde e nem mais se lembra passarinho, tão-leve o vento. Enjaulada pela janela, fez-se sábia, sabedora de todas as menos e maiszelas desse mundo.
quinta-feira, 31 de julho de 2014
sexta-feira, 18 de julho de 2014
Desaparecida
Só quero saber uma coisa. Quando me perguntou meu nome lhe disse, sinceramente, Aparecida. Agora que me deixou viúva de mim, pergunto-me, posso voltar a chamar-me desaparecida?
sábado, 5 de julho de 2014
Incerto dia
Parei o carro em frente à arvore, incerto dia. Ela estava no caminho, ou eu? Desdentão confundo-me, profundo: foi a árvore que se acinzamentou, concretamente cansada de pregar no deserto, ou pelo contrário e vice-versa, o asfalto que se verdejou, apiedando-se das vidas que sufocou?
A menina de lágrimas infinitas
Ela pensava apenas astronavegar: as estrelas ninguém consegue tocar, estão protegidas no escuro do céu. Poucos sabiam como ela que azul não é a cor do céu, ele é negro e infinito, como suas lágrimas que se mostram invisíveis, porque também eram infinitas. Foi assim que construiu seu foguete. Se não a levou ao céu, pelo menos ali, fez-se Deus, criando seu universo sem descanso, e as estrelas surgiam dos pequeniños buracos nascidos do envelhecer do metal. Sentenciou-se a única lei: não haveria mais dor, porque não cairia na tentação da serpente que enganou outros tantos deuses. O universo seria só dela, infinito, como foram suas lágrimas.
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